As 10 séries que eu mais gosto (e que ainda estão no ar).

Existem milhares de listas sobre os 10+ na internet, e elas variam bastante, dependendo muito do gosto da pessoa. Antes de entrar na minha lista das melhores séries que assisto, gostaria de especificar como ela foi montada, e quais os fatores analisados.

1) Mitologia:
Eu primo muito pela construção do mundo dentro da séries, e da consistência deste mundo. Se a série consegue criar um universo próprio, ela já ganha pontos.

2) Personagens:
Personagens cativantes e coerentes são necessários para manter meu interesse. Suas ações têm de ter peso, eles devem ter personalidade, e, mais importante, devem ser complexos.

3) Enredo:
 A série deve ter um direcionamento. É ótimo quando a série consegue nos enganar com plot-twists, mas é irritante perceber quando os escritores não tem idéia de onde estão indo.

 Então, sem mais delongas, segue minha lista das 10 séries que mais gosto, que ainda estão no ar:

10) Arrow / Flash


Eu sei que isso parece que estou trapaceando, afinal são duas séries. Mas essas duas em especial agem mais como uma unidade. São o mesmo universo, constantemente realizam cross-overs, e seus personagens se referenciam o tempo todo. São quase um irmão-siamês.

As séries não possuem um enredo complicado, os atores são um tanto quanto canastrões, mas a mitologia é excelente, tomando os quadrinhos como fonte direta de inspiração.

Com bons efeitos especiais, boa produção, e boa vontade para agradar os fãs, as séries são despretensiosas e divertidas.




9) Steven Universe


 Sim, é uma série de desenho animado.

Eu tenho má vontade com os desenhos do Cartoon Network. Eles parecem pouco consistentes, mais focados em piadas visuais que roteiro. Mas Steven é um caso à parte.

Steven Universe é o filho de um humano com uma Gem (raça de pedras mágicas que tomam forma de mulheres). Junto com as Crystal Gems, ele protege o planeta. 

Com um mundo muito bem criado, ersonagens cativantes, e um roteiro EXTREMAMENTE bem amarrado, esse desenho mostra que você pode ter profundidade, mesmo com design simples e um público mais jovem.



8) Penny Dreadful



 Dr. Frankenstein, Lobisomens, Dracula, Bruxas, Múmias e o Demônio.

Penny Dreadful, o nome dado para romances pulp produzidos no século 19, se passa em Londres, e tem como personagem principal Vanessa Ives. O enredo faz uso de personagens criados no início do século, e tem um clima soturno, abusando do suspense.

A série ganha por seus figurinos e cenrários góticos, recriando a Londres vitoriana. Os atores também são excelentes, com Eva Green e Josh Hartnett como protagonistas.



7) Modern Family


De todas as várias comédias com enfoque familiar, essa é sem dúvida a melhor. 

Além de não trabalhar com tramas clichê, Modern Family tem personagens bem desenvolvidos (tanto no núcleo adulto quanto o infantil) e ter um grande apreço por continuidade. 

A série amarra muito bem sua narrativa, e utiliza elementos de episódios passados para informar as reações e diálogos de seus personagens, sem se deixar prender, ou ficar repetitiva.

É a única sitcom tradicional que assisto justamente por não cair nos "tropes"(*).

 


6) How to get away with murder


Exagerada, novelesca, cheia de reviravoltas e twists. Assim é "How to get away with murder", e é por isso que ela é tão boa. 

Nada é tênue, nem subduzido. As emoções, reações e personagens existem num estado exacerbado de existência. Mas essa teatrealidade é o que torna tudo tão interessante. A trama foi construída de forma a criar ansiedade, nos induzindo a acompanhar toda a história atentamente, ansiosos por respostas.

É sem dúvida um dos melhores lançamentos deste ano.

 


Menções honrosas: Agents of S.H.I.E.L.D., Daredevil, Adventure Time, Unbreakable Kimmy Schmidt,  Orange is the new black


5) Hannibal


Enquanto "How to get away with murder" existe no exageiro, Hannibal é um primor de sutilezas. São olhares, momentos e detalhes que constroem seu enredo.

Seus diálogos são primorosos, e suas personagens tão bem construídas que exigem serem assistidas novamente, só para entender melhor suas motivações. Nada é explicito, nada completamente verbalizados. Tentamos decifrar a série, assim como o FBI tenta decifrar o famoso assassino e suas ações.

Mas, onde Hannibal realmente não tem adversário, é na direção de arte. Cada frame é pensado, cada peça é um primor em fotografia, e cada cenário faz parte do roteiro. Tudo existe em serviço da história, e é sensacional.

Para ver o quanto a série é visualmente sensacional, clique aqui!



4) Community



Community é uma série meta, no sentido que ela descontroi os tropes (*) de outras série, e os utiliza de forma a fazer humor.

A melhor forma de entender a série é através desse vídeo do Idea Channel, que pergunta se Community não seria uma obra de arte pós-moderna:



3) Orphan Black


O enredo de Orphan Black está construído em cima de medos sobre identidade/indivíduo, simulacro e genética.

Apresentando desde o início o debate entre natureza X criação, essa ficção científica (mas nem tanto) é um exemplo perfeito de como introduzir elementos na sua série e construír uma mitologia de forma sutil e não verborrágica.

Cada personagem, seja ele um vilão ou mocinho tem uma razão de existir, tem um caminho a percorrer, e é complexo. Não existe preto e branco. Orphan Black existe no cinza e nas brechas das inovações científicas.

(Palmas para Tatiana Maslany que merece todos os prêmios do mundo por seus váaaarios papeis na série, mostrando sutilezas de CADA uma das varias entidades que ela dá vida).



2) House of Cards


A política não é feita de meritocracia. Essa é a máxima do seriado House of Cards.

A série política descontroi ideais americanos, e remove a verniz da capital Washington, mostrando os bastidores, jogatelas e alicerces que existem no jogo de interesses governamentais.

O personagem principal Frank Underwood, interpretado com maestria por Kevin Spacey é o mais perfeito exemplo do anti-herói. Torcemos por ele, apesar de todos seus planos soturnos.

A trama é bem direta, sabemos para onde estamos indo, mas ainda assim existem reviravoltas e twists inesperados.

A série também é conhecida por sua alta quotabilidade.



1) Game of Thrones


O que falar de uma série que nos ensinou o desapego?

Em Game of Thrones, o que importa é a história, não as personagens. O enredo é construído através das ações, mas, ao longo dele, não existem protagonistas, apenas jogadores deste grande jogo.

Uma produção nunca vista antes na televisão, com diversas equipes, filmando pelo mundo todo, Game of Thrones demonstra as vantagens da narrativa no meio televisivo, que permite a contrução de longo prazo da narrativa.

Existem pontos fracos, o ritmo da trama às vezes é lento, mas temos momentos de grandiosidade para equilibrar. Temos personagens complexos, capazes de cativar, que entram e saem da história, para desespero dos fãs, que acabam não tendo pra quem torcer.


Menções honrosas: Marvel's Agrents of SHIELD, Daredevil, Adventure Time, The Unbreakable Kimmy Schmidt, True Detectives;

*- elementos narrativos usados regularmente em séries/filmes. Para saber mais sobre tropes, vá para o post sobre eles.