Super Mario Bros e Surrealismo


Cogumelos que lhe fazem crescer, flores que lhe permitem cuspir fogo, cavalgar dinossauros que botam ovos, canos gigantes que levam a lugares mágicos...isso parece os devaneios de um louco.

Super Mario Bros. é um jogo eletrônico lançado pela Nintendo em 1985. Considerado um clássico, Super Mario Bros. foi um dos primeiros jogos de plataforma com rolagem lateral, recurso conhecido em inglês como side-scrolling.

Sua música tema, escrita por Kōji Kondō é icônica, e reconhecida mundialmente.

O jogador controla o principal protagonista da série, Mario. O objetivo do jogo é percorrer o Reino do Cogumelo (Mushroom Kingdom), sobreviver às forças do principal vilão, Bowser, e salvar a Princesa Peach (na época conhecida por seu nome americano, Princess Toadstool) e seu reino do domínio dos Koopa Troopas.

Super Mario Bros é um video game que trabalha com o conceito de non sequitur.

Non sequitur é uma expressão latina (em português "não se segue") que designa a falácia lógica na qual a conclusão não decorre das premissas.

Basicamente, quando uma coisa não faz sentido, mas no contexto em que ela está sendo apresentada ela faz sentido, isso é um Non sequitur. Ela não segue uma lógica prévia.

A arte surrealista trabalha muito com non-sequitur.

O surrealismo foi um movimento artístico e literário nascido em Paris na década de 1920.

Fortemente influenciado pelas teorias psicanalíticas do psicólogo Sigmund Freud (1856-1939), o surrealismo enfatiza o papel do inconsciente na atividade criativa.

Grande parte da estética surrealista apoia-se na concepção de imagem poética de Pierre Reverdy, segundo a qual a imagem nasce não da comparação, mas da aproximação entre duas realidades afastadas.

As características deste estilo: uma combinação do representativo, do abstrato, do irreal e do inconsciente. Segundo os surrealistas, a arte deve libertar-se das exigências da lógica e da razão e ir além da consciência quotidiana, procurando expressar o mundo do inconsciente e dos sonhos.

Video games trabalham desta forma. E enquanto esses conceitos eram inovadores e até mesmo revolucionários na década de 20, hoje não temos nenhum problema em aceitar a lógica interna de jogos como Mario ou Angry Birds.

Se olharmos pinturas surrealistas, percebemos que a lógica visual e estrutural delas muito se assemelha ao conceito de non-sequitur em jogos.

A diferença é que Mario Bros é interativo, exigindo a participação do jogador para se concretizar como arte.