Netflix e o paradoxo das opções limitadas dentro de um universo infinito

Depois de um dia cansativo, nada melhor que deitar na cama e assistir um programa na Netflix. #merchan

São tantas opções de filmes e seriados que às vezes (muitas vezes) fica difícil escolher. Tem dias que fico horas zappeando pelo canal, e acabo cansando e desistindo.


Graças à Deus, o site oferece uma lista de filmes como sugestões. Elas são baseadas em coisas que você assistiu, e as notas que você deu pra essa programação.

Dessa forma, você encontra programas similares aos que você aprovou, o que garante, de certa forma que essa sugestão lhe agrade. E quanto mais você assiste a esses programas sugeridos, mais específicas se tornam as sugestões. Até que você se pega apenas assistindo programas de competição de comida.

De um universo de infinitas possibilidades, através de suas próprias escolhas, você acabou se limitando.



Você, ao consumir, reafirma sua identidade através de suas escolhas. As coisas que você consome refletem seu "eu". E, de forma antropofágica, ajudam a refazer as mesmas escolhas, de forma que esse ritual se torna um ciclo vicioso.

Por exemplo, você escolhe assistir GloboNews, pois a forma como eles pensam e reportam está de acordo com o que você julga certo. Existe um nível de conforto quando o que você assiste reafirma ideias seus. Isso, contudo, vai reduzindo seu campo de visão. Você perde a capacidade de enxergar outros pontos de vista.

No Netflix, se eu nunca procuro por filmes de terror, eles param de ser sugeridos como opção para mim. Isso é similar à nossa experiência humana.


Nossas escolhas no decorrer da vida vão limitando o nosso futuro. De crianças, com todas as possibilidades do mundo, somos feitos escolher, e de certa forma, nos limitar.

Se lembra quando você podia ser astronauta, cientista e bombeiro, tudo junto? E agora você você é marketeiro...o que aconteceu?