Existe claramente um ruído ai, além de uma falta de empatia tremenda. O grupo majoritario, que sempre foi representado em todos os tipos de mídia, não entende o quanto ser deixado fora de narrativas afeta as minorias.
Há algúm tempo, assisti à um vídeo interessantíssimo do TED Talks, da escritora nigeriana Chimamanda Adichie, sobre o problema da "Única história".
Nele, Chimamanda fala sobre como as narrativas presentes na televisão e em filmes nos informa sobre o mundo, e constrói nossa percepção de normalidade. Quanto mais histórias são contadas sobre um determinado grupo, mais complexo nosso entendimento dele será.
Estar fora de narrativas e histórias torna um grupo "invisível", seus problemas e dilemas são imperceptíveis, e ele se torna menos importante, menor, comparado ao visível.
Estereótipos e preconceitos são gerados quando nosso entendimento de determinado assunto ou pessoa é limitado. Você reduz o objeto de estudo há uma coisa, e só a essa coisa.
A resistência à pluralidade existe pois ela afeta, e muitas vezes ataca a noção de muitos sobre o verdadeiro, o aceitável.
Muitos dizem que isso não é necessário, que no Brasil somos adeptos da pluralidade, e que preconceitos não existem.
Mas, quantas vezes percebemos representações degradantes, estereotipadas e constrangedoras de mulheres na mídia, em comerciais de televisão, em novelas ou em revistas que reforçam a imagem da “mulher objeto”.

Claramente, estamos longe dessa sociedade utópica que muitos tentam pintar, e uma das formas de combater isso é através de exposição, de visibilidade.
Uma forma de construir mensagens de compreensão e aceitação na sociedade é atráves da narrativa de produtos como desenhos animados e quadrinhos.
Essa narrativa mais fantasiosa e fluida permite o uso de metaforas, estimulando aceitação do diferente.
Por exemplo, personagens como X-men ensinam crianças e adolescentes que pessoas diferentes não devem ser temidas, desenhos como Steven Universo ensinam que famílias existem em todos os formatos, e desenhos como Korra trazem protagonistas de ação femininas.
Dessa forma, futuras gerações terão uma percepção mais abrangente de vida, de comportamentos, e de pessoas.