Como seres humanos, morte e o lado negro do mundo nos causa facinação. É por isso que nos sentimos compelidos, atraídos por violência, sangue e destruição. Isso vai de acordo com o que Freud chama de "Teorias de Pulsão".
Segundo Freud (1920), uma pulsão tem sua fonte numa excitação corporal (estado de tensão); o seu objetivo ou meta é suprimir o estado de tensão que reina na fonte pulsional.
Sigmund Freud descreveu duas pulsões antagónicas: Eros, uma pulsão sexual com tendência à preservação da vida, e a pulsão de morte (Tânato) que levaria à segregação de tudo o que é vivo, à destruição.
Talvez seja por isso que as histórias que escuto sobre a deep web não me surpreendam em nada. Eu já pressuponho o pior do ser humano.
Para quem não sabe, a deep web é o conjunto de conteúdos da internet não acessível diretamente por sites de busca.
A internet como a conhecemos, também chamada de Surface Web, representa apenas a ponta do iceberg – ou seja, uma porção muito pequena do que a grande rede realmente é. Já o resto da massa de gelo, aquela que está submersa, corresponde à Deep Web, parte da internet que exige métodos específicos para ser acessada e que é capaz de proporcionar certo grau de anonimato para os usuários.
O uso da Deep Web é bastante variado, e é aqui que reside a polêmica. Por causa da privacidade, muitas pessoas e instituições usam essa rede para compartilhar e hospedar arquivos sigilosos e que não podem estar disponíveis na “internet convencional”.
O exército, as forças policiais, jornalistas e até mesmo cidadãos comuns com algum conhecimento de internet são exemplo de pessoas que recorrem à Deep Web para fins específicos.
No entanto, o anonimato também permite a proliferação de uma série de atrocidades e coisas bizarras.
O comércio de drogas ilegais, órgãos, armas e até mesmo pessoas, além da pornografia infantil e a encomenda de assassinos de aluguel, são apenas alguns dos exemplos.
A Deep Web tem uma estreita relação com o Bitcoin. A moeda virtual que permite aos usuários conduzir transações no anonimato é extensamente utilizada na “internet invisível” para o comércio de produtos e serviços dos mais variados tipos.
Só para VIPs
Os endereços da Deep Web podem ser bem bizarros, como uma sucessão de letras e números seguida do sufixo .onion, em vez do tradicional .com. Originalmente, sua função é positiva: proteger conteúdos confidenciais, como os de governos, bancos, empresas, forças militares e universidades, acessíveis só com login, por exemplo.
Ponto Cego
A Deep Web pode ficar dentro de sites comuns (na forma de arquivos e dados baixáveis) ou escondida em endereços excluídos de propósito dos mecanismos de busca. O Google nem faz ideia do que está lá: ele seria como um barco pesqueiro que só localiza suas presas na “superfície” do mar.
Zona de Guerra
Nem pense em se aventurar nesses mares. Eles estão cheios de crackers (hackers com intenções criminais), que adoram “fisgar” usuários descuidados. Como não há filtros de segurança, eles facilmente conseguem, por exemplo, “zumbificar” o computador de um internauta (controlando-o a distância sem que o dono note) e roubar dados.
Predadores Abissais
A parte podre tem até nome: Dark Web. Lá se encontra de tudo: lojas virtuais de drogas, pornografia infantil e conexões terroristas para venda de armas. Como tudo fica nas profundezas, não há jeito de governos e a polícia tirarem do ar. É como se os sites tivessem vida própria, sem donos, registros e documentação.
Segue abaixo algumas histórias mais bizarras da Deep Web: