Acredito que isso se dá pelo nosso medo do desconhecido, do qual já falei em meu post sobre status quo e no post sobre terror.
Em tentar trazer a tona o que está oculto e torná-lo conhecido, buscamos formas de prever o que está por vir.
Essas previsões mais tem a ver com o clima social vigente e as fobias urbanas de sua população. Utilizam do momento que estamos vivendo como modelo, em uma progressão natural para o futuro.
Obras de ficção já nos mostraram diversos futuros. Assim como nos filmes de terror, os monstros são metáforas de nossos medos atuais, nos filmes de ficção, utilizamos da estrutura do inconsciente coletivo para moldar uma visão de nossa sociedade futura.
Por essa razão, em ficção, geralmente temos dois tipos de futuro, o utópico e o distópico. Essa variação ocorre baseado no momento político e econômico que a obra foi criada, e se estamos mais otimistas ou pessimistas sobre o futuro.
Utopia tem como significado mais comum a ideia de civilização ideal, imaginária, fantástica. Pode referir-se a uma cidade ou a um mundo, sendo possível tanto no futuro, quanto no presente, porém em um paralelo.
Em futuros utópicos, temos a tecnologia como promotora de bem estar, levando a humanidade a um novo momento de possibilidades.
Contudo, só por que esse futuro é utópico isso não quer dizer que não existam problemas, apenas que a sociedade em geral tornou-se mais evoluída.
Outra obra que existe em um futuro mais positivo é o ambiente dos seriados e filmes do Jornada nas Estrelas, onde a humanidade se tornou uma sociedade totalmente integrada, e parte de um conjunto com outras raças espaciais.
Já Distopia, ou antiutopia é o pensamento, a filosofia ou o processo discursivo baseado numa ficção cujo valor representa a antítese da utopia ou promove a vivência em uma "utopia negativa". As distopias são geralmente caracterizadas pelo totalitarismo, autoritarismo, por opressivo controle da sociedade.
Um dos exemplos mais claros desse futuro é o da série de filmes Exterminador do Futuro. Nessa obra, a humanidade é levada quase a extinção por algo que nós mesmos criamos, uma inteligência artificial, chamada Skynet. Esse futuro é baseado em nosso medo de máquinas nos tornarem obsoletos, medo esse que foi iniciado durante a Revolução Industrial.
Steven Hawkins e Bill Gates já apontaram que esse é um medo possível e verdadeiro, falando que: "The development of full artificial intelligence could spell the end of the human race."
Uma ficção distópica conhecida, e base de muitos filmes foi o livro 1984, do autor britânico George Orwell. A obra fala de nossos medos de controle e sermos observados pelo governo, personificados na figura do Big Brother.
Tendo em vista escândalos recentes com a NSA e o governo americano monitorando a internet, acredito que existam verdadeiros paralelos com a realidade.
Mas a verdade é que autores não são Nostradamus, e essas previsões são construídas em serviço de uma narrativa. Podemos até olhar obras como histórias de cautela, mas no final, esses filmes, livros e seriados devem ser vistos mais como metáforas de problemas atuais que visões de um futuro verdadeiro.